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28 abril, 2016

O Sorriso - Eugénio de Andrade


Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Eugénio de Andrade
in O outro nome da terra

27 abril, 2016

Vasco da Graça Moura


Fotografia: © Jonatasphotography
Reproduzida com autorização do autor


É por isso que há
poemas com pessoas
na intimidade que nos 
abandonam ou supomos nelas
gente que caminha devagar dentro
do que fomos e ocupa
alguns lugares mais abrigados
um arrepio de prazer
é um ruído 
das nuvens interiores
vários arbustos prendem os seus fragmentos
"des-caminhos "
que hoje e sempre
vamos partilhando
"des-caminhos"
nesta selva, tantas vezes
bosque, muitas outras
jardim ...tão poucas assim


Vasco da Graça Moura 

26 abril, 2016

Mário de Sá-Carneiro


Fotografia: © Jonatasphotography
Reproduzida com autorização do autor


Quase

Um pouco mais de sol – eu era brasa,
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…
Assombro ou paz? Em vão… Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho – ó dor! – quase vivido…
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim – quase a expansão…
Mas na minh’alma tudo se derrama…
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo … e tudo errou…
— Ai a dor de ser — quase, dor sem fim…
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou…
Momentos de alma que,desbaratei…
Templos aonde nunca pus um altar…
Rios que perdi sem os levar ao mar…
Ânsias que foram mas que não fixei…
Se me vagueio, encontro só indícios…
Ogivas para o sol — vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios…
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí…
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi…
Um pouco mais de sol — e fora brasa,
Um pouco mais de azul — e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…
Mário de Sá-Carneiro

25 abril, 2016

25 de abril


"Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes


Em "Esteiros", Soeiro Pereira Gomes descreve uma época onde mais de metade da população é analfabeta, verifica-se um falso progresso. Vive-se um regime de partido único onde a polícia política responde com a prisão a quem ouse contestar. Há uma forte relação entre este regime e os meninos dos esteiros. Nesta época a arte está fortemente comprometida com a politica e Soeiro Pereira Gomes ocupa o papel central nessa movimentação.


Assista ao documentário em: 
http://ensina.rtp.pt/artigo/esteiros-de-soeiro-pereira-gomes/

23 abril, 2016

23 de abril - Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor


“Chega-se a ser grande por aquilo que se lê e não por aquilo que se escreve.”
(Borges cit por Amalfi, 2005, p. 33)

Fotografia: © Jonatasphotography
Reproduzida com autorização do autor

16 abril, 2016

"Dá-me um abraço"


Dá-me um abraço que seja forte
E me conforte a cada canto
Não digas nada que o nada é tanto
E eu não me importo
Dá-me um abraço fica por perto
Neste aperto tão pouco espaço
Não quero mais nada, só o silêncio
Do teu abraço
Já me perdi sem rumo certo
Já me venci pelo cansaço
E estando longe, estive tão perto
Do teu abraço
Dá-me um abraço que me desperte
E me aperte sem me apertar
Que eu já estou perto abre os teus braços
Quando eu chegar
É nesse abraço que eu descanso
Esse espaço que me sossega
E quando possas dá-me outro abraço
Só um não chega

Informação, tempo e conhecimento



We are drowning in information but starved for knowledge. 
— John Naisbitt

(Estamos a afogar-nos em informação mas sedentos de conhecimento - John Naisbitt - tradução livre)

12 abril, 2016

Jardim


Se ao lado da biblioteca houver um jardim, nada faltará.
Cícero
Fotografia: © Jonatasphotography
Reproduzida com autorização do autor

Encontro de Literatura para a Infância - Programa


Programa completo AQUI


Oficinas a decorrer em permanência 
Ao longo do Encontro decorrem diversas oficinas que começam às 14h30, com uma duração de 20 a 25 min, repetindo-se de meia em meia hora, até ao encerramento:
1/A Magia das Histórias- teatro de sombras
2/Histórias com Música - ouvir histórias, tocar sons e descobrir a música nos livros.
3/O Pintor e o Pássaro - hora do conto, com a participação e envolvência das crianças
4/Histórias nas pontas dos dedos - Conhecem a Leónia? Sabem que ela tem muitos filhos e um pequeno problema para resolver!
5/Land Art - os heróis, as princesas e muitas personagens dos livros e dos filmes invadiram o jardim da Casa-Museu! Temos que avisá-los que não podem pisar as flores...

Presença da Livraria Americana, Livraria Arquivo e Livraria Letras e Livros com descontos na venda de livros.
No canteiro da solidariedade, teremos a presença dos Malmequeres (instituição que apoia pessoas com deficiência mental) e da Associação de Pais de Cortes.

Sexta-feira 22 de abril
Dia dedicado a escolas e jardins-de-infância mediante inscrição prévia com as Oficinas e a Ludoteca itinerante dos Malmequeres.
Escritor convidado: António Torrado

Sábado 23 de abril
Palestras para encarregados de educação, professores e estudantes
9.30h - “Ler de uma forma diferente” Prof.a doutora Célia Sousa (docente IPL) e apresentação da história “Verdinho Sonhador”.
11.00h - Intervalo
11h30 - “O Leitor em construção: textos e contextos de leitura”  Prof.a doutora Maria José Gamboa (docente IPL)
A participação nas palestras de sábado é gratuita
Inscrição obrigatória (244 891 219 / direccao.casa-museu@fmsoares.pt)

14.30h - Abertura do Encontro. Início das oficinas
15.00h - Hora do conto. Tânia Brites e Luísa Matias Contadoras da Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira
15.00h - Dinâmicas de leitura em contexto familiarOficina para pais pela prof.a doutora Catarina Mangas (docente IPL) / Auditório int. CMJS
16.00h - Orfeão de Leiria: canto, piano e guitarra por Inês Costa, Inês Ribeiro e Ma Beatriz e Sá Vieira
17.00h - Paulo Costa. Apresentação do livro “O Menino que Acordava as Estrelas”
18h30 - Encerramento

Domingo 24 de abril
14.30h - Abertura do Encontro. Início das oficinas
15.00h - Liliana Gonçalves e Francisca Alves. Apresentação do livro “O Lobo Porquinho e o Lobo Capuchinho”
16.00h - Escola de dança Clara Leão e SAMP. Era uma vez a dança (Oficina)
17.00h - Contos e Cantigas. Ana Moderno e Liliana Gonçalves
18h30 - Encerramento com o Coral Infantil da SAMC

Localização das Oficinas
Oficina 1 - Interior - Biblioteca
Oficina 2 - no jardim
Oficina 3 - Interior - Receção
Oficina 4 - no jardim
Oficina 5 - Jardim em 3 espaços diferentes
(junto à pergola, no socalco 1 e no 2)

As crianças devem estar sempre acompanhadas por um adulto. A organização não se responsabiliza por qualquer acidente ocorrido durante o Encontro.

08 abril, 2016

Shi Zhu zhai shu hua pu





Shi Zhu zhai shu hua pu (Manual de Caligrafia e Pintura), é a mais antiga publicação colorida impressa.
A Biblioteca da Universidade de Cambridge disponibilizou a versão digital