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18 setembro, 2019

As Manas Perliquitetes


As Manas Perliquitetes
"Quase me atreveria a jurar que todos ouviram já, numa brincadeira qualquer, em que se deseja meter alguém ao ridículo, fazer-lhe a comparação com as “Manas Perliquitetes”. Se julga que seriam figuras imaginárias, desiluda-se pois existiram realmente segundo nos conta Marina Tavares Dias. Fui à sua obra buscar esta informação:
- Chamavam-se elas Carolina Amália e Josefina Adelaide Brandi Guido e eram filhas de um abastado comerciante de origem italiana, estabelecido na Baixa de Lisboa. Um seu irmão terá delapidado a fortuna que tinham e, por morte do pai, a família procurou salvaguardar o que restava com vista à subsistência das duas irmãs.
Mudaram de casa e quis o destino que ficassem vizinhas de um dos maiores boémios alfacinhas, Luís de Almeida de Mello e Castro. É justamente este boémio que lhes dá a alcunha, apresentando-as como «As minhas pupilas, as Manas Perliquitetes.» E assim ficaram para a história lisboeta.
Ao que parece, as suas indumentárias eram, já nesta altura, um tanto extravagantes, com fatos e chapéus fora de moda, por certo o que lhes ficara dos tempos áureos. E, isso, mais se acentuou com o decorrer dos anos, porém, de um adorno não prescindiam, usavam sempre uma flor na lapela! Também eram receptivas a alguns namoros e, no seu caminhar saltitante foram-se tornando presença diária, acima e abaixo no Chiado. Pouco a pouco transformaram-se em figuras típicas, aparecendo nas coplas de Revistas teatrais, chegando também, o próprio Bordallo Pinheiro, a retratá-las nos jornais humorísticos.
Mas, os seus dias foram-se tornando cada vez mais difíceis e a miséria foi avançando. Josefina Adelaide foi a que sobreviveu à irmã , acabando também por morreu em 10 de Setembro de 1907 e, ser enterrada com o produto de uma subscrição feita pelo O Século.
Então… ironia do destino, pela primeira vez, Lisboa ofereceu-lhe um vestido novo e no pino da moda!
Esta última frase fez-me vir ao pensamento aquela velha quadra:
Quando eu morrer, rosas brancas,
para mim, ninguém as corte.
Se as não tive na vida,
Não fazem falta, na morte!"
(Simecq.cultura)
Para saber a sua história mais pormenorizada, datas, ascendência, e locais onde moraram, consultar:
http://www.triplov.com/…/ca…/pages/bc_casa_perliquitetes.htm