Fotografia: ©Jonatasphotography
Reproduzida com autorização do autor
É urgente o amorÉ urgente um barco no mar
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
EUGÉNIO DE ANDRADE, in AS PALAVRAS INTERDITAS - ATÉ AMANHÃ (Assírio & Alvim, 2012)
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