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29 março, 2018

Cambia el Cuento


Semana da Leitura – O Cavaleiro da Dinamarca (bilingue)


Decorreu no dia 23 de março, no âmbito da Semana da Leitura, a atividade “O Cavaleiro da Dinamarca” (bilingue). A atividade foi planeada e realizada em conjunto pela Professora de Educação Especial – domínio surdez, pela Professora de Língua Gestual Portuguesa, Ana Margarida Pires, e por Maria da Luz Maia, Elemento da Equipa da Biblioteca Escolar.

Os alunos do 7ºA realizaram uma avaliação interativa em tempo real com recurso à ferramenta digital Kahoot. O Kahoot incluia vídeos com as questões em Língua Gestual Portuguesa (LGP).


Semana da Leitura - Fada Oriana (bilingue)


Decorreu no dia 20 de março, no âmbito da Semana da Leitura, a atividade “Fada Oriana” (bilingue). A atividade foi planeada e realizada em conjunto pela Professora de Português (Língua Segunda), Elisabete Santos, que é também, Professora de Educação Especial – domínio surdez, pela Professora de Língua Gestual Portuguesa, Ana Margarida Pires, pela Ínterprete de Língua Gestual Portuguesa, Ana Tavares, e por Maria da Luz Maia, Elemento da Equipa da Biblioteca Escolar.

Os alunos do 5ºA assistiram à apresentação digital da obra que incluia vídeos em Língua Gestual Portuguesa. No final da leitura da obra, realizou-se uma avaliação interativa em tempo real com recurso à ferramenta digital Kahoot. O Kahoot incluia vídeos com as questões em Língua Gestual Portuguesa (LGP).



21 março, 2018

O que ouviu os meus versos disse-me: Que tem isso de novo?


O que ouviu os meus versos disse-me: Que tem isso de novo?
Todos sabem que uma flor é uma flor e uma árvore é uma árvore.
Mas eu respondi, nem todos, ninguém.
Porque todos amam as flores por serem belas, e eu sou diferente.
E todos amam as árvores por serem verdes e darem sombra, mas eu não.
Eu amo as flores por serem flores, directamente.
Eu amo as árvores por serem árvores, sem o meu pensamento.

29-5-1918


“Poemas Inconjuntos”. Poemas Completos de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.) Lisboa: Presença, 1994.  - 144.

08 março, 2018

O mar dos meus olhos




"Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes

Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes...
e calma"

Sophia de Mello Breyner Andresen, O mar dos meus olhos

Mulher


A mulher não é só casa
mulher-loiça, mulher-cama
ela é também mulher-asa,
mulher-força, mulher-chama
E é preciso dizer
dessa antiga condição
a mulher soube trazer
a cabeça e o coração
Trouxe a fábrica ao seu lar
e ordenado à cozinha
e impôs a trabalhar
a razão que sempre tinha
Trabalho não só de parto
mas também de construção
para um filho crescer farto
para um filho crescer são
A posse vai-se acabar
no tempo da liberdade
o que importa é saber estar
juntos em pé de igualdade
Desde que as coisas se tornem
naquilo que a gente quer
é igual dizer meu homem
ou dizer minha mulher
ARY DOS SANTOS

02 março, 2018

Cansada


Estou cansada -  ainda agora chorei tanto
Outra noite -  o terror andou à solta
Vai e volta e promete que não volta
Vai e volta e promete que não volta

Estou cansada  - chorei tanto outra vez 
Outra vez a pensar que hoje talvez
Haja paz -  que o terror só vai não volta
Que a tua mão não se fecha contra mim

Estou cansada - não há fim nesta demência
Ou ciência que preveja que me mates
E quem bate depois chora e promete
Que não mais a mão se levanta fechada

Estou cansada - acho que não quero nada
Que não seja uma noite descansada
Sem ter medo ou chorar na almofada
Sem pensar no amor como uma espada

Tão cansada de remar contra a maré
O amor não é andar a pé na noite escura
Sempre segura que a tortura me espera
Insegura tão desfeita humilhada

Tão cansada de não dar luta à matança
À dança negra que me dizes que é amor
Que não concebes a tua vida sem mim
E que isto assim é normal numa paixão

E eu cansada nem sequer digo que não
Já não consigo que uma palavra te trave
Não tenho nada que não seja só pavor
Talvez o amor me espere noutra estrada
Mas tão cansada não consigo procurá-la
Já tão sem força de tentar não ser escrava
Já sei que hoje fico suspensa outra vez
Outra vez a pensar que hoje talvez…
Letra e música Rodrigo Guedes de Carvalho