O único que gostaria de deixar
embutido na lembrança como a corola
nas pétalas iluminadas do tempo.
embutido na lembrança como a corola
nas pétalas iluminadas do tempo.
Um poema que fosse uma flor desfolhada
pelo vento solidário do futuro:
cada sílaba um aroma e cada verso
a emotiva respiração do encontro.
pelo vento solidário do futuro:
cada sílaba um aroma e cada verso
a emotiva respiração do encontro.
Um poema que tivesse a forma de um abraço
e o ritmo tenso de corações irmanados
que saúdam o casto alvorecer
num cântico de pássaros libertos.
e o ritmo tenso de corações irmanados
que saúdam o casto alvorecer
num cântico de pássaros libertos.
Nunca escreverei esse poema.
Mas ele está dentro de mim tão vivo e justo,
tão íntimo e luminoso como o Sol
no puro olhar do homem primitivo.
Mas ele está dentro de mim tão vivo e justo,
tão íntimo e luminoso como o Sol
no puro olhar do homem primitivo.
Não se escreve o sentimento que não cabe
no precário barro das palavras.
Toda a revelação sonha calada
como a semente no ventre da terra.
no precário barro das palavras.
Toda a revelação sonha calada
como a semente no ventre da terra.
É de esperança a mensagem que me grita,
indecifrável no silêncio da raiz.
António
Arnaut
indecifrável no silêncio da raiz.
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